5.7.09
Menorzinho
Eu corri para lá.
Meus sapatos ficaram atolados de areia.
Eu não parei de correr.
Ele me via desaparecer na escuridão,
parado no calçadão.
Gritava, Lívia!
Molhei meus pés.
As minhas bochechas estavam quase secas.
Desertos inundavam minha audição
Uma única cor, no entanto.
Preto ou azul muito escuro.
Ele sujava seus sapatos de areia,
enquanto entrava na praia.
Implorava, Por Favor, Lívia.
Passei os dedos no rosto
Espalhando a água.
O céu estava limpo,
Sem estrelas.
Senti gosto de brincadeira
no corpo, na dobra atrás do joelho e
no meu primeiro dente de leite
(que eu não tinha mais).
A infância ecoava,
vô qual nome daquelas ali?
- Ursa Maior. Igual a você.
- Eu? Eu sou uma Ursa Maior?
- A Maior e mais feroz de todas.
- E você é o quê, vovô?
- Eu sou um urso menorzinho.
- Mas você é mais grande que eu!
- Eu posso ser mais grande,
mas você vai ser sempre maior.
A Ursa Maior.
(eu não tinha mais)
Meu primeiro dente de leite
O corpo, as fossas poplíteas e
Senti gosto de brincadeira,
sem estrelas.
O céu estava limpo.
Retirando uma lágrima,
passei os dedos no rosto
Chamava, Lívia.
Enquanto saía da praia,
ele limpava seus sapatos da areia.
Preto ou Azul muito escuro.
Uma única cor, no entanto.
Oceanos secavam meu olfato.
As minhas bochechas estavam quase secas.
Molhei meus pés.
Suspirava, Lívia...
Parado no calçadão,
Ele me via desaparecer na escuridão.
Eu não parei de correr.
Meus sapatos ficaram atolados na areia.
Eu corri para lá.
E a cada passo,
Minha alma ficava mais simples
Meu coração mais leve
E eu, menorzinha.
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